quarta-feira, 3 de março de 2010

XXIV

Fechado no meu mundo
me desligo do que há ao redor
nada disso me interessa
fico aqui com meus pensamentos
e na cabeça só me vem você
não faça mais aprte de mim
é como se eu suplicasse por socorro
Mas meus gritos são calados pela vasta escuridão
desapareça de minha vida
desabite esse peito, que antes amava
e hoje amarga sua presença
vá para longe, onde eu não possa te encontrar
mesmo que eu te procure,
vá embora e apague a luz
porque era ela que alimentava a minha esperança
por sua volta
não volte mais
deixe tentar viver, mesmo que você não faça parte
eu tenho que esquecer...

XXIII

Cave sua cova com as próprias mãos,
sinta a quentura da terra em sua gélida pele,
pise no sangue que escorre de sua ferida,
ouça as lentas badaladas em seu peito
e diga-me como se sente?
Do que se lembra? e o que não quer lembrar?
mostre que o sopro de vida foi em vão,
que não há vida se o corpo nãoq uer viver
para a morte só resta o lamento
e para mim apenas esquecer
esquecer o que passou e apagar o que vier
deixe que a raiva tome conta
as lágrimas trasformadas em cubos de gelo
a esperança em pó.
as ultimas palavras soaram secas
é o que se pode esperar
de uma alma sem luze sem essência
ambas deixadaz pelo árduo caminho
no qual deveria ter deixado as lembranças.