quarta-feira, 3 de março de 2010

XXIII

Cave sua cova com as próprias mãos,
sinta a quentura da terra em sua gélida pele,
pise no sangue que escorre de sua ferida,
ouça as lentas badaladas em seu peito
e diga-me como se sente?
Do que se lembra? e o que não quer lembrar?
mostre que o sopro de vida foi em vão,
que não há vida se o corpo nãoq uer viver
para a morte só resta o lamento
e para mim apenas esquecer
esquecer o que passou e apagar o que vier
deixe que a raiva tome conta
as lágrimas trasformadas em cubos de gelo
a esperança em pó.
as ultimas palavras soaram secas
é o que se pode esperar
de uma alma sem luze sem essência
ambas deixadaz pelo árduo caminho
no qual deveria ter deixado as lembranças.

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